O número de mulheres acima dos 40 anos que recorrem a técnicas de procriação medicamente assistida quadruplicou em Portugal nos últimos anos, mas o país continua muito aquém da média europeia nestes tratamentos, revela um estudo apresentado nas XXVII Jornadas de Estudos da Reprodução.
O estudo, liderado pelo investigador Vladimiro Silva, do Centro de Estudos de Fertilidade de Coimbra (Ferticentro), refere que, entre os anos 2000 e 2007, o número de mulheres com mais de 40 anos que recorreram ao tratamento de fecundação in vitro, uma das técnicas de procriação medicamente assistida, aumentou 4,3 vezes.
Citado pela agência Lusa, o investigador salientou, contudo, que, do total de nascimentos ocorridos em Portugal, só 1% (cerca de um milhar) resultaram de fecundação in vitro, enquanto na Dinamarca, por exemplo, os nascimentos por técnicas de procriação medicamente assistida correspondem a 7% do total de partos, sendo metade por fecundação in vitro.
Compilando a informação referente a 11 anos, desde 1997 até 2007, para o Registo Nacional de Dados de Técnicas de Procriação Medicamente Assistida, o estudo conclui que Portugal atinge taxas médias de sucesso de 30%, ao nível de outros países europeus. Nas mulheres mais novas, com menos de 30 anos, as que mais utilizam estes tratamentos, as taxas de sucesso podem chegar aos 35%, mas naquelas que já ultrapassaram os 40 anos ficam-se pelos 12%.
Estudo apresentado nas XXVII Jornadas de Estudos da Reprodução
19 de Maio de 2010