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Um teste de fertilidade "faça-você-mesmo" foi desenvolvido por uma companhia inglesa que pensa comercializá-lo, após testes clínicos alargados, na próxima primavera.
O teste, designado Fertell, tem duas partes - uma para ele e outra para ela - e pretende identificar precocemente problemas biológicos de fertilidade do casal. No entanto o sistema recebe algumas críticas de especialistas em infertilidade.
O teste feminino baseia-se na medição dos níveis de uma hormona - a hormona estimuladora dos folículos ou FSH - na urina. Níveis elevados de FSH indicam que há relativamente poucos óvulos imaturos no ovário.
Um elemento da equipa responsável pelo desenvolvimento do kit diz que este exame não detecta, no entanto, problemas físicos (uma das críticas ao sistema) como por exemplo trompas de Falópio bloqueadas mas afirma que a maioria dos casos de infertilidade da mulher estão associados com problemas nos ovários e estes são geralmente detectados por níveis elevados de FSH.
O teste masculino examina a eficiência com que os espermatozóides conseguem movimentar-se num ambiente semelhante ao tracto reprodutivo feminino. Em laboratório a análise da fertilidade masculina é efectuada observando uma amostra de esperma ao microscópio.
Como funciona?
Após colocar uma amostra de esperma num depósito próprio do aparelho, o homem carrega num botão que irá libertar uma coluna de fluído que imita o muco cervical da mulher. Só os espermatozóides saudáveis irão ultrapassar a coluna e chegar ao outro lado onde se irão ligar a anticorpos específicos e ser detectados.
Se a amostra tem mais de 10 milhões de espermatozóides activos por mililitro - o "normal" segundo a Organização Mundial de Saúde - aparece uma linha vermelha no aparelho.Segundo os autores o teste masculino, que demora meia hora, irá detectar a maior parte dos problemas de fertilidade masculina.
Dizem ainda que um terço dos homens com problemas de fertilidade não frequentam a clínica por questões de vergonha. Este kit resolveria esse problema.Os críticos deste sistema dizem que um problema de infertilidade pode ser muito complexo e tem muitos factores em ter em conta e por isso aconselham as pessoas a consultar um médico qualquer que seja o resultado do teste.
Criticam o grau de confiança que se pode atribuir aos resultados de testes caseiros: um falso "normal" pode atrasar a visita ao médico o mais rápido possível, principalmente crítica no caso da mulher.Outros dizem que há muitas divergências sobre o que é considerado "normal".
Na mulher, por exemplo, mesmo que obtenha um resultado normal, pode mesmo assim ser infértil.
No entanto, os fabricantes do novo produto afirmam juntar ao aparelho folhetos informativos que expliquem o significado dos resultados do teste e ainda colocar uma linha telefónica disponível que dará conselhos e tirará dúvidas ao casal.
Fonte: New Scientist
02 de Julho de 2001